terça-feira, 5 de maio de 2020

8B- Português-Correção da aula de 06-04 e 07-04-2020-Profª Tania


E. E. E .F. DAVID CANABARRO
ATIVIDADE: Aula programada      DATA: 06/04/2020     
DISCIPLINA: Língua Portuguesa      PROFESSORA: Tania Mara dos Santos Vargas
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Vamos relembrar:
TEXTO NARRATIVO: Conta uma história. Narra os fatos que aconteceram com alguém, em algum momento e em determinado lugar.
     Como exemplos de textos narrativos, podemos citar o romance, o conto, a novela, a crônica, a fábula, o relato, a carta pessoal, o diário, a notícia etc.
     Na aula de hoje você vai ler duas crônicas e, depois de comentar um pouco sobre elas, irá estudá-las mais de perto.
CRÔNICA 1
Cerca de 30 mil crianças e adolescentes fogem todo ano no Brasil. Oitenta por cento voltam para casa. Dificuldades com a família e busca de independência são as causas mais frequentes das fugas. A volta é acompanhada de arrependimento.
A volta do filho pródigo
     Meus pais não me compreendem, ele pensava sempre. As brigas, em casa, eram frequentes. Os pais reclamavam do som muito alto, das roupas estranhas, das tatuagens. Revoltado, decidiu fugir de casa. Sabia que, para seus velhos, aquilo seria uma dura prova: afinal, ele era filho único. Mas estava na hora de mostrar que não era mais criança. Estava na hora de dar a eles uma lição. Botou algumas coisas na mochila e, uma madrugada, deixou o apartamento. Tomou um ônibus e foi para uma cidade distante, onde tinha amigos.
     Ali ficou por vários meses. Não foi uma experiência gratificante, longe disso. Os amigos só o ajudaram na primeira semana. Depois disso ficou entregue à própria sorte. Teve de trabalhar como ajudante de cozinha, morava num barraco, foi assaltado várias vezes, até fome passou. Finalmente resolveu voltar. Mandou um     e-mail, dizendo que estaria em casa daí a dois dias. E, lembrando que a mãe era uma grande leitora da Bíblia, assinou-se como “Filho Pródigo”.
     Chegou de noite, cansado, e foi direto para o prédio onde morava. Como já não tinha a chave do apartamento, bateu à porta. E aí a surpresa, a terrível surpresa.
     O homem que estava ali não era seu pai. Na verdade, ele nem sequer o conhecia. Mas o simpático senhor sabia quem era ele: você deve ser o Fábio, disse, e convidou-o a entrar. Explicou que tinha comprado o apartamento em uma imobiliária:
     - Seus pais não moram mais aqui. Eles se separaram.
     A causa da separação tinha sido exatamente a fuga do Fábio:
     - Depois que você foi embora, eles começaram a brigar, um responsabilizando o outro por sua fuga. Terminaram se separando. Seu pai foi para o exterior. De sua mãe, não sei. Parece que também mudou de cidade, mas não sei qual.
     Fábio não aguentou mais: caiu em prantos. O homem se aproximou dele, abraçou-o. Entre aqui no seu antigo quarto, disse, tenho uma coisa para lhe mostrar. Ainda soluçando, Fábio entrou. E ali estavam, claro, o pai e a mãe, ambos rindo e chorando ao mesmo tempo. Tinha sido tudo uma encenação. Abraçaram-se, Fábio jurando que nunca mais sairia de casa.
     A verdade, porém, é que não gostou da brincadeira, mesmo que ela tenha lhe ensinado muita coisa. Os pais, ele acha, não podiam ter feito aquilo. Se fizeram, é por uma única razão: não o compreendem. Um dia, ele terá de sair de casa. Mais tarde, naturalmente, quando for homem, quando tiver sua própria casa. Só que aí levará os pais junto. Pais travessos como os que ele tem precisam ser controlados.
SCLIAR, Moacyr. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff0404200505.htm>
Compreensão do texto:
1)       Qual o assunto da crônica?
2)       Antes de decidir fugir de casa, o que Fábio pensava sobre os pais?
3)       No fim da crônica, depois de voltar para casa, arrependido, a opinião de Fábio muda em relação aos pais? Justifique sua resposta indicando partes do texto.
4)       O fim da crônica tem algo de inesperado ou surpreendente? Explique sua resposta.

CRÔNICA 2
A máquina
     Morreu uma tia minha. Ela morava sozinha, não tinha filhos. A família toda foi até lá mum final de semana, separar e dividir as coisas dela para esvaziar a casa. Móvel, roupa de cama, louça, quadro, livro, tudo espalhado pelo chão, uma tremenda confusão.
     Foi quando ouvi meus filhos me chamarem.
     - Mãe! Maiê!
     - Faaala.
     Eles apareceram, esbaforidos.
     - Mãe. A gente achou uma coisa incrííível. Se ninguém quiser, essa coisa pode ficar para a gente? Hein?
     - Depende. Que é?
     Eles falavam juntos, animadíssimos.
     - Ééé...uma máquina, mãe.
     - É só uma máquina meio velha.
     - É, mas funciona, está ótima!
     Minha filha interrompeu o irmão mais novo, dando uma explicação melhor.
     - Deixa que eu falo: é assim, é uma máquina, tipo um... teclado de computador, sabe só o teclado? Só o lugar que escreve?
     - Sei.
     - Então. Essa máquina tem assim, tipo... uma impressora, ligada nesse teclado, mas assim, ligada direto. Sem fio. Bem, a gente vai, digita, digita...
     - Ela ia se animando, os olhos brilhando.
     - ...e a máquina imprime direto na folha de papel que a gente coloca ali mesmo! É muuuito legal! Direto, na mesma hora, eu juro!
     Ela jurava? Fiquei muda. Eu que jurava que não sabia o que falar diante dessa explicação de uma máquina de escrever, dada por uma menina de 12 anos. Ela nem aí comigo. Continuava.
     - ...entendeu como é, ô mãe? A gente, zupt, escreve e imprime, até dá para ver a impressão tipo na hora, e não precisa essa coisa chatérrima de entrar no computador, ligaaar, esperar hoooras, entrar no Word, de escrever olhando na tela e sóóó depois mandar para a impressora, não tem esse monte de máquina tuuudo ligada uma na outra, não tem que ter até estabilizador, não precisa comprar cartucho caro, nada, nada, mãe! É muuuito legal. E nem precisa de colocar na tomada! Funciona sem energia e escreve direto na folha da impressora!
     - Nossa, filha...
     - ...ah, mas só tem duas coisas que são meio chatas: não dá para trocar a fonte e nem aumentar a letra, mas não tem problema não. Vem, que a gente vai te mostrar. Vem...
     Eu parei e olhei, pasma, a máquina velha. Sensacional pensar assim. Eles davam pulinhos de alegria.
     - Mãe. Será que alguém da família vai querer? Hein? Ah, a gente vai ficar torcendo, torcendo para ninguém querer para a gente poder levar lá para casa, isso é o máximo! O máximo!
     Bem, enquanto estou aqui escrevendo nesse meu antiquado “teclado”, ouço de longe o plec-plec da tal máquina maravilhosa, que, claro, ninguém da família quis, mas que aqui em casa já deu até briga. Está no meio da nossa sala de estar, em lugar nobre, rodeada de folhas e folhas de textos “impressos na hora” pelos meus filhos. Incrível, eles dizem, plec-plec-plec, muito legal essa máquina mesmo, plec~plec-plec.
     Céus. Achei que tinha acabado, quando a minha filha vem de novo falar comigo, toda decidida e animada, com um texto recém-escrito (sem ligar nada na tomada) na mão.
     - Mãe. Me ajuda a fazer uma coisa muito legal que eu morro de vontade de fazer?
     - O que é?
     Ela deu um sorriso, com um ar sonhador.
     - Ah, eu queria tanto colocar isso dentro de uma carta... no correio, com envelope, selo colado... nunca fiz isso, mãe... ahhh, me ajuda?
CARVALHO, Lúcia Disponível em: <http://www.releituras.com/luciacarvalho-amaquina.asp>
Compreensão do texto:
1)       Explique qual é o assunto da crônica.
2)       Como a filha descreve o que encontraram?
3)       Você teria descrito esse objeto da mesma maneira? Já o viu antes?
4)       O que a mãe pensou e sentiu em relação à reação dos filhos diante do que encontraram? Explique sua resposta.
5)       Por que ninguém da família quis o que as crianças encontratam?
6)       O que você achou do desejo final da filha? Você já fez o que a garota diz que gostaria de fazer, no final do texto?
7)       Você achou alguma graça neste texto? Por quê?

Sobre as duas crônicas:
1)      Observe os meios em que estes textos circularam, quando publicados.

a)       Em qual meio foi publicada a crônica 1 – “A volta do filho pródigo”?
b)      Que outros textos costumam ser publicados nesse meio?
c)       Observe o texto citado antes de o cronista iniciar a história de “A volta do filho pródigo”.
I . A citação lhe parece familiar? Do que se trata?
II . Qual a relação entre a crônica e a citação?
d)      E a crônica 2 – “A máquina” – em qual meio foi publicada?

2)      A crônica é uma narrativa e, como tal, apresenta seus elementos próprios e tem seu enredo organizado de um modo muito específico: situação inicial, conflito da história, clímax e situação final.

a)       As duas crônicas apresentam uma situação inicial, seguida da apresentação de um conflito? Explique sua resposta.
b)      Como leitor, qual você acha que é o momento de maior expectativa sobre como a história poderá acabar, em cada uma das crônicas? Ou seja, que cena representa o clímax da história?
c)       O que acontece no final das crônicas que encerra o conflito das histórias?
3)      Você acha que o modo como os escritores finalizaram as histórias pretendia surpreender o leitor? Por quê?
4)      Leia novamente a crônica “A máquina” e responda:
a)       Você percebeu algo de diferente nas falas da crônica, em relação à escrita das palavras? Explique.
b)      A cronista usou esse recurso para produzir que efeito?
c)       Essa diferença no uso da linguagem acontece no texto todo – tanto na voz do narrador quanto nos diálogos? Explique.
d)      O uso da linguagem foi adequado nesse texto, considerando o contexto da situação vivida pelas personagens?


























E. E. E. F. DAVID CANABARRO
ATIVIDADE: Aula programada      DATA: 07/04/2020
DISCIPLINA: Língua Portuguesa      PROFESSORA: Tania Mara dos Santos Vargas
PRODUÇÃO DE TEXTO:
     Na aula anterior você leu dois exemplares de certos tipos de crônica: a história é baseada em fatos cotidianos, tem um conflito ou problema que muda o rumo da história, um fim surpreendente e pode trazer um toque de humor ou de emoção.
    Hoje vamos exercitar a mudança de foco narrativo.
1)      Escolha a crônica que mais lhe agradou: “A volta do filho pródigo” ou “A máquina”.

2)      Você poderá optar por uma das seguintes possibilidades de mudança de foco, de acordo com a crônica escolhida:
a)       manter o mesmo foco narrativo, mas adotar a perspectiva de outra personagem presente no texto. Por exemplo, você pode optar por selecionar a crônica “A volta do filho pródigo” e manter o narrador em 3ª pessoa, mas focando o lado dos pais da história, destacando como sentiam a sua relação com o filho e o que sentiram e fizeram quando o garoto fugiu. Ou, se selecionar “A máquina”, você pode manter o narrador em 1ª pessoa, mas escolher um dos filhos para contar a sua versão dos fatos.
b)      mudar o foco narrativo – de 1ª para 3ª pessoa ou de 3ª para 1ªpessoa - e fazer as demais escolhas necessárias.

3)      Ao proceder a reescrita com mudança de foco, lembre-se de que você terá de recriar a história, apresentando informações novas sobre o mesmo fato.



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